Conto Premiado

"45 Minutos"
- TERCEIRO LUGAR, CATEGORIA CONTO - CONCURSO DELICATTA III - Leia o texto.

Novidades

Acabo de fazer uma reforma no layout do blog. Agora os frequentadores poderão deixar recados no Mural de Recados, ou enviar mensagens privadas para meu e-mail diretamente do site. Tudo isso na barra lateral. Espero que gostem!

***


Pensamento avulso, incolor


Anestesia. Pensamentos vagos, inexistentes talvez. Um corpo em movimento, uma mente em total inércia. Por entre os dedos escapa-lhe o controle, a soberania. Enquanto que a sua frente apenas imagens distorcidas e sons silenciados. Nada chega, nada se vai. Tudo some e tudo reaparece. Entre cada ponta existe o vazio. De mãos dadas com a aparente duvida, caminha a diante, sempre reto, mesmo nas curvas. Vagueia por pesadelos, se ilude com sonhos descontínuos.

Anestesia. A alma paralisada pela falta de argumentos.

Alexandre C. Martins – 12 de novembro de 2009

Da agonia II


Há ainda aquele ar sinistro
Talvez escondendo a mentira
Ou sabotando a verdade
Dando margem ao pensamento vil

Palavras proferidas sem cautela
Amores submersos na dúvida
Afogando-se em agonia
Gritando sem a atenção requerida

Conspiração ou a inevitável melancolia?
Quantos são os verbos úteis nessa ira
Se bem o sabe o silêncio ser a resposta
E o sofrer a conseqüência inevitável

Inda assim a incompreensão reina
A ferida se alastra sorrateira
Por entre matas já conhecidas
Cada lágrima é uma nova ferida

No peito aberto chora a alma recolhida

Alexandre C. Martins – 05 de novembro de 2009

Da agonia


Noite longa, penetrante, angustiante
Segundos passam, arrastam , arranham
No peito o tambor incessante batuca
E na alma a vibração de uma triste luta

Noite curta, sem lua, quase nula
Horas correm, na desordem a fúria
Num olhar a tocaia se aprimora
O piscar de olhos tudo engloba

Passatempo, brinquedo quebrado
Mãos trêmulas, coração agitado
Pensamento a mil por hora, embalado
Segue o ritmo da desconfiança, não paga fiança

Mas logo...

O silêncio tudo devora, assola
Morre a noite, solitária, empedrada
Olhos abertos, atentos, temerosos
Segue o dia, acanhado, preocupado.

Onde estará você agora?

Alexandre C. Martins – 02 de novembro de 2009

Remorso

Sombras entre postes de luz,
Vontade contrariada que a ação conduz
Momentos, eventos, tentativas
Nada, além de um sorriso amargo

com a bala recém disparada
em minha direção
Da agua pro vinho?
ou do vinho pra agua?
sem milagres,
A mudança brinca euforica
Girando em torno da retorica

eu apenas disfarçando, no sorriso de espanto,
a alegria, que jamais conseguiria
no remoso que me cercava

Alexandre C. Martins - 01 de novembro de 2009